segunda-feira, 31 de março de 2008

Constante











Minha alma roubada
Dilacerada
Desmantelada...
Minha concepção
Até então imaculada
É invadida
Molestada.
Não existe fôrma pré-moldada
Para a semente plantada
Que sem pudor é germinada
E virando flor
Exala o olor
Da paixão inesperada.
Moro assim,
Na filosofia do sim
Que transborda a esperança
Pelo beijo em estopim
Que ao chegar
Minha alma devolverá
Fazendo jus ao seu lugar
Devolvendo a vida em poesias
Para que possas declamar.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Terça










Teus braços em mim
Bruma macia que me enlaça
dimensão que distancia
a rejeitada solidão.
Nada preciso provar
Apenas ficar
Do seu carinho me alimentar
Com sorriso e pureza
O mundo movimentar.
Falar tanto até ficar muda
e em seu colo
Adormecer...
Ser, crescer, pagar pra ver
Cumplicidade ter, e;
Nada temer.
Dançar, tentar, chorar
E tudo ser chama
Que chama sem machucar.
Fitar seu sono
Criança em homem
Lindo, dócil, apaixonante.
Respirar seus sonhos mais simples
E sem sufocar, apenas ser mais.
Com a paz em mim,
Sorrir.
Almejar laços de paixão
Cuidar de ti.
Uma terapia intensiva de amor
Para nos completar
E a vida ganhar
De tanto amar-te.

terça-feira, 4 de março de 2008

Em par









Diante de mim,
o céu.
Azul resplandecente,
que brada a beleza
num bailado intermitente no ar.
Seu brilho vem do cristal estrelar
Meu olhar renitente
o fita sem pestanejar
Letárgico, frouxo, prostrado,
sem chance de disfarçar.
Num solilóquio poético
entre a razão e a utopia
me foge a conclusão.
O real,
paramentado de sonho.
Uma inquieta indecisão
torna o celeste em escuridão.
E mais uma vez,
me contento então.
Não me falhas a intenção
mas não me apresso não.
Estarei sempre a contemplar,
incognitamente fascinante
o céu,
meu azul em par.